PROJETO ISCA-VIVA

Em 2009 o grupo de pesquisa do LAPMAR, juntamente com seus parceiros (Univali, Cepsul), lançou o Projeto ISCA-VIVA junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES.

A justificativa para tal proposta sustenta a sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis) como uma espécie-chave para o setor pesqueiro da região Sudeste-Sul, envolvendo diversas frotas com base nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Esta espécie é responsável pela manutenção das maiores cadeias de processamento industrial de pescados no Brasil, os enlatados (conservas) de atum e de sardinha.

O primeiro processo do projeto envolve a utilização de juvenis de sardinha como fonte de isca-viva para a captura do atum; e o segundo direciona-se sobre indivíduos adultos e a tem como espécie alvo.

Dentre o objetivos do ISCA-VIVA salienta-se a contribuição com o processo de gestão pesqueira, desenvolvendo ações de monitoramento ambiental e técnicas de produção e manejo de isca-viva, juvenis de sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis), com vistas ao uso sustentável do recurso e a manutenção das maiores cadeias de processamento industrial de pescados no Brasil.

Mais especificamente almaja-se desenvolver uma metodologia para maturação, desova e larvicultura da sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis) em ambiente controlado; Formular dieta específica para Sardinella brasiliensis e estabelecer programa alimentar para a produção de juvenis; Avaliar o estado de saúde das sardinhas no ambiente natural, em cativeiro e nas tinas de estocagem de isca-viva; Desenvolver Boas Práticas de Manejo (BPM) da Isca-viva a bordo dos atuneiros; Determinar a densidade de ovos e larvas e distribuição de juvenis de Sardinella brasiliensis nas principais áreas costeiras de ocorrência da espécie no sudeste e sul do Brasil; Monitorar a qualidade da água, através de parâmetros físico-químicos, nas estruturas de cultivo das sardinhas, no laboratório e no ambiente natural; Realizar análise sócio-econômica da cadeia produtiva do atum na modalidade de vara e isca-viva no Sudeste e Sul do país; Avaliar a viabilidade econômica da produção de isca-viva em laboratório; Propor alternativas às atuais políticas públicas para contribuir com o processo de gestão pesqueira.

As pesquisas descritas serão executadas por pesquisadores do IBAMA e CEPSUL/ICMBio, docentes e discentes vinculados aos programas de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado) das instituições de ensino superior participantes do projeto e focarão nos seguintes itens: Reprodução em cativeiro; Larvicultura; Estudos de Alimentação e Nutrição em cativeiro; Controle da Sanidade; Estabelecimento de Boas Práticas de Manejo da Isca-viva; Monitoramento Ambiental; Diagnóstico sócio-econômico e capacitação dos usuários do recurso e; Intercâmbio de pesquisadores.

Como resultado espera-se a formação de corpo técnico especializado (doutores e mestres), a redução do impacto ambiental da pesca do atum por vara e isca-viva pela substituição da coleta de juvenis de sardinha do ambiente natural por isca produzida em laboratório, permitindo a recuperação do estoque a partir do processo natural de repovoamento, a redução do esforço de pesca sobre o estoque de sardinha-verdadeira, o aperfeiçoamento do manejo das iscas nas embarcações atuneiras, visando redução da mortalidade, o fornecimento de condições para aumentar a rentabilidade da pesca, através da redução dos custos e tempo de viagem, o aumento da captura de atum devido a maior disponibilidade de isca (atual fator limitante), o impacto positivo sobre a pesca artesanal pela restauração no equilíbrio da cadeia trófica marinho costeira, a sustentabilidade da cadeia produtiva do atum, a conscientização dos usuários do recurso a partir de implementação de trabalhos de educação ambiental a bordo das embarcações e a abertura de novas frentes de trabalho, com o apoio do setor produtivo, através da implementação de mão de obra especializada na produção de isca.